12

O número 12 é um número cheio de significados. 12 apóstolos de cristo, 12 signos do zodíaco, o relógio de ponteiros vai até 12 e repete a contagem para completar um dia, um ano tem 12 meses e por aí vai...

É a este último item que faço referência, mas não a todos os meses, mas especificamente, e justamente, ao 12º mês.

Dezembro. Para mim, um mês enigmático, causa de pensamentos confusos, tristezas, alegrias, incertezas, tudo pelo mesmo motivo. Porque dezembro, além de representar o mês do Natal, nascimento de Cristo (portanto uma data alegre), mais do que isso me recorda o fim de mais um ano. E aí eu me complico.

Dividido entre a alegria das férias e a aurora de um novo ano, que marca um novo começo, e a tristeza de mais um ano ter passado, deixando datas, acontecimentos, dias, meses e semanas significativas, marcantes, alegres e tristes, mas que sempre irão povoar a terra fértil da minha mente, para trás. À meia-noite do dia 31 de dezembro deste ano meu coração estará esmagado em meio a este turbilhão confuso de sentimentos, enquanto recuso um gole de Espumante (que não me agrada muito o paladar) que minha mãe vai estar me oferecendo.

Este é o ano que, até o momento em minha vida, provavelmente terá a mais emocionante das vésperas de Ano Novo. É o ano mais marcante da minha vida. Até o dia já citado, já terei me formado na escola de inglês e no Ensino Médio, terei feito vestibular (e até lá já saberei se passei ou não), ou seja, estarei deixando meios com os quais eu convivo há muito tempo e me afeiçoei, aprendi a amar, tive diversas experiências, diversos aprendizados (tanto de vida, quanto de ideologia e de conhecimento), conheci pessoas maravilhosas, as melhores que encontrei em minha vida (fora minha família) foi nesse breve espaço de tempo que o fiz.

Mas ano que vem eu não retornarei a esses lugares como minha rotina até agora me obrigava. E isso dói. Agora, quando virar o ano, estarei rumando por terras nunca antes percorridas. Não tenho medo de enfrentar o perigo que me aguarda, mas sei que algumas coisas que hoje fazem parte do meu dia-a-dia se perderão. Isso dói mais. A vida às vezes é cruel, mas ela é mais bonita do que feia aos meus olhos, e o meu consolo é que o que aconteceu até agora ficará na forma de boas lembraças e aprendizados que nunca esquecerei, enquanto mais maravilhas (que se revelarão no meio da dificuldade, acredito eu) surgirão.

Porque apesar de tudo, eu sou um ser feliz e esperançoso, mesmo que por vezes utópico e sonhador. Mas não se vive sem sonhos, e eu gosto de cultivar os meus e de ser um insatisfeito contentado (pois acho que não tenho tudo e vou buscar, mas sou grato a tudo que já tenho, que, tenho que reconhecer, talvez seja mais do que mereço). E a partir de agora, vou buscar o que eu puder encontrar de melhor.

E eu quero ver os foguetes coloridos no céu negro e repleto de estrelas do início do ano que vem...