Os pedais da bicicleta são do que eu quiser que sejam

Ficar mais de um ano e meio (não fiz a conta exata) sem escrever uma linha dá nisso: ideias rodando a mil na cabeça, nada concreto, nada formando uma massa consistente de assunto sobre o qual falar, tudo se dissolve em vagas formas e, olhando pra dentro, a visão é nebulosa. Mas a necessidade de escrever o que quer que seja, mesmo que seja um amontoado de palavras desconexas que não transparecem sentido algum, mesmo se você tentar pegá-las e desembaralhá-las tentando pô-las na ordem correta, ah, esta necessidade me move! 

É como ter hibernado por um período bem mais longo que o inverno (e eu nem hibernaria no inverno, viveria-o, deixaria a preguiça pro verão!), e ter acordado somente agora. Ter deixado de lado uma atividade tão essencial à minha existência... é quase como ter parado de respirar. Morri e ressuscitei. Já me sinto bem mais tranquilo agora.

Me lembrei que no início deste ano, andei algumas vezes de bicicleta, após longos anos sem saber o que é um pedal. E eu não desaprendi a me equilibrar! Foi legal viver aquela sensação de descer uma ladeira a toda, com o vento no rosto e a prece na mente (pra que não houvesse uma pedra meio fora do lugar no caminho, pronta pra me derrubar...). Foi como ter voltado a um lugar que eu costumara frequentar outrora, mas havia esquecido o caminho, ou até mesmo a existência. Me descobri sem ritmo, fiquei cansado com pouquíssimas pedaladas, sendo que uma vez eu ficava horas dando voltas sem nem perceber o cansaço, mas mesmo que desta vez sentia-o, não desisti: descia, caminhava um pouco, parava, e voltava a pedalar.

Voltar a mexer nos meus alfarrábios virtuais é como que desenferrujar os pedais e raios da bicicleta da mente. Ainda sei me equilibrar, então vou percorrendo os caminhos do pensamento, com liberdade para trafegar por onde eu quiser. A diferença é que aqui as leis da física não se aplicam: posso pedalar o tempo que quiser sem me cansar, sem suar, e nem preciso me limitar ao chão... posso até mesmo voar!

Comentários

Jaque Perlin disse…
Que delícia de texto! E se tu estavas com saudade de escrever...imagina eu de ler! Sou apaixonada pelas tuas observações deixadas entre vírgulas e parênteses no decorrer do texto, uma graça! Mais uma vez: parabéns! Te amo.
Anônimo disse…
Mazzaaaa galo véio! Grande texto... valendo 10 eu daria 9, pois esqueceu de citar quem o incentivou a retomar o blog. kkkkkkkkkkkkkkkkk...
Não fiz login pq esqueci minha senha do Google. Flw! =D
John disse…
Afudeeeeeeeee! Muito bom Gui :D Eu sei que tu podia ter escrito beem mais, e fiquei com vontade de ler HAHAHAHA a roda não pode parar ;)
Unknown disse…
afudê demais gui! curti bagarai mano

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