(...) E obrigado pelos peixes!

Hoje eu levantei da cama pensando que iria ser um dia comum. Mais uma terça-feira na vida, nada de extraordinário. Fiz tudo o que sempre faço pela manhã após acordar, ouvindo o som do que parecia ser uma chuva torrencial lá fora. Amo a chuva. Mas, na situação em que eu me encontrava, tendo que sair de casa e ir correndo a algum lugar, não chega a ser a mesma bênção de momentos passados dentro de casa, só olhando a água cair lá fora, escorrendo pela janela.


Resignei-me e, com coragem, pus o pé pra fora de casa já esperando o banho e fiquei embasbacado com o que ocorria ali: não vi céu cinzento, nem água por todo o lugar. Estava tudo tão estranho e maravilhoso que eu mal consigo acreditar. É difícil explicar! As coisas estavam fora de seu lugar, e, no entanto, dispunham-se de uma maneira diferente, de forma que pareciam melhor se encaixar. Parece um absurdo, mas foi maravilhoso de se olhar! Tudo estava belo e resplandecente, as cores não paravam de surgir no ar, haviam muitos rios por todos os lados com peixes a pular (dava vontade de mergulhar)... Adoro o som do rio a me acalmar. E eu pensando que era chuva querendo me encharcar... Mas depois de tudo o que vi, até senti vontade de na água pular! Mesmo a água era diferente. Dela, um brilho parecia emanar, e, no início pensei que era só reflexo do sol a brilhar. Mas era um brilho próprio, e mais parecia um luar. Os peixes me convidavam a com eles nadar (e, sim, eles sabiam falar!), e o mundo todo parecia de uma forma diferente rodar.


E, então, eu aceitei o convite, e na viagem dos peixes me pus a embarcar. Mergulhei, mas não havia mais dificuldade pra respirar. Estava livre para toda a imensidão explorar (era estranho – pulei em um rio e mergulhei no mar!). Aquilo parecia não ter fim, e os peixes tudo queriam me mostrar. Era estonteante, não havia sinal de que iria terminar.


E não iria, mesmo. Assim, deixei que me levassem e sumi com eles, rumo à vastidão sem fim, de onde nunca cheguei a retornar.

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