"... e fazer da nossa voz uma só nota"

Bom pra um domingo à tarde beber uma taça de vinho encarando o longe, o horizonte. Bom sentir uma brisa suave e que não é fria, é simplesmente um pequeno e leve sopro de ar que nos encontra, convidando a flutuar. Bom sentir o peso de um cérebro ainda dormente aliviar-se, desanuviando uma visão ainda meio confusa por ter que se esforçar pra não deixar as pálpebras se fecharem. Bom ler um livro no canto do sofá, ouvindo o som da TV sem lhe dar atenção.

Melhor ter alguém com quem dividir esses momentos. Em silêncio, mesmo, só com a simples cumplicidade de uma troca de olhares. Apenas com o calor da companhia a fazer o sentimento de paz crescer a cada instante. Bom ficar sossegado, sem fazer nada e sem dizer palavra ao lado desse alguém. Um alguém que traz alegria, felicidade, serenidade e leveza sem mover um músculo. Pois entre nós dois, eu e o "alguém", existe algo que palavras não conseguem contar. A compreensão se dá por aparente telepatia. Por sintonia. Conexão. Continência. Por comunhão.

Comunhão do quê? Ora, do sentimento mais puro e verdadeiro que existe. Por aí, chamam-no de "amor", mas podia ter outro nome qualquer, que designasse algo hierarquicamente maior. Não importa a palavra. Importa o sentimento que existe. E maior que este, não há.