Santuário da imaginação
Depois de algum tempo já pensando nessa possibilidade, e, claro, escolhendo algo mais adequado, mudei o nome do blog. E o atual nome é o que o blog deveria ter recebido desde seu parto.
Vou contar esta história.
Exatamente em frente à casa onde moro, onde cresci, onde vivo desde o meu nascimento, está a casa onde minha avó mora, desde que eu me conheço por gente. No terreno de sua casa, há um gramado, o tal "campinho", uma área plana e com espaço suficiente pra correr bastante. Ali, meu irmão mais velho, meu irmão do meio e eu jogamos bola com nossas respectivas turmas de amigos. Hoje, meu sobrinho dá ao Campinho a mesma utilidade.
Mas para mim, o Campinho guarda mais que jogos e diversões. Porque eu exercia uma atividade ali, avisando a todos que ia "pensar". Desde muito novo, até o despertar da minha adolescência, passei horas naquele Campinho, devaneando, imaginando, fantasiando. Ali eu resolvia meus conflitos internos (sim, me lembro que me sentia confuso durante minha infância, mal sabendo que era a época mais feliz da vida), ali pensava em soluções para meus problemas. Mas, sobretudo, era ali onde minha imaginação alçava vôo com destino às terras mais longínquas, aos confins da terra, a mundos nem ao menos existentes. Ali eu já me tornei médico, cientista, bombeiro, herói, bandido, atirador de elite, jogador de futebol, dentista, fisioterapeuta, cavaleiro, paladino, rei, príncipe, bruxo. Ali executava minhas magias, ali mexia minhas poções, com meus ingredientes. Ali, derrotei o Vegeta, virei mestre pokémon, matei Voldemort, virei o Cavaleiro de Ouro de Leão, salvei a humanidade do extermínio, tudo isto várias vezes, de variadas formas. Ali, inventava minha felicidade, com o personagem que eu gostaria de ser no momento.
Ali eu era plenamente feliz, interna e externamente. Ali, onde todos podiam me ver correr, driblar ninguém, fazer gols sem bolas de futebol, socar o ar sem inimigos (ao menos físicos). E enquanto todas as pessoas possivelmente pensavam em mim como um desvairado, eu nem presente neste mundo estava.
Ali, no Campinho da Vó, meu santuário secreto, embora a céu aberto, onde todos podiam me ver - mas não me entender. Agora podem.
Por isso troquei o nome do blog. Pois agora é um nome totalmente meu, gravado por mim.
Não vou (ao menos não somente), a partir de agora, estar postando histórias da minha infância. Mas, a partir deste momento, aqui é o "Campinho da Vó". Agora, quando eu quiser "pensar", virei aqui.
Comentários
Já vi alguém jogar ali!
Gostei do texto...
E viva O Campinho da Vó!
Se as crianças de hoje tivessem a metade da nossa imaginação daquela época...ah seria ótimo...
Parabéns pelo novo nome xD
E viva as crianças divagadoras! E aos adultos também!
hehehe
bjooos
De todos as maneiras de se brincar lá, pode ser dado ao Gui o prêmio de melhor aproveitador da terrinha...haha...a ela ainda ta lá na frente da casa dele, de olho.
Beijo primo. Até a próxima.
Thiago
Eu gostei bastante do texto..sempre soube desse teu lado poeta de ser!!!
beijo pra ti
ta, eu tbm tenho blog de novo
só sobre coisas boas
eu prometo
segue eu lá
http://unvisionnairesurmars.blogspot.com