Sobre (não) comer de tudo

Eu tento ser o melhor que eu posso. Eu juro que tento. Tento corrigir pequenas falhas, tento agir corretamente com todos. Me esmero para que tudo o que eu faço ou falo não seja mal entendido, para que as pessoas não façam um julgamento errado. Se é pra não gostarem de mim, que seja pela verdade, mas tento deixar tudo sempre claro.

Tento, tento, tento. não ser injusto, aceitar opiniões diferentes, argumentar do jeito que posso. Melhorar nas minhas diversas funções no dia-a-dia. Melhorar como amigo, como filho, como irmão, como namorado, como empregado, como aluno (ok, talvez tente menos neste quesito). São esforços invisíveis, mas que surtem efeitos, que me deixam felizes quando notados. Na maior parte do tempo só os efeitos podem ser vistos, mas não importa.

Nunca tive intenção de prejudicar ninguém. Quando por vezes acabei fazendo isso sem querer, pedi desculpas e reconheci meu erro. Não sou o rei da humildade, nem do altruísmo, mas sei admitir minhas falhas, e o faço sem problemas. Eu tento, e eu quero, ser uma boa pessoa, apesar de tudo. Se me contradigo, repito tudo de novo pra esclarecer e mostrar minha verdadeira posição. Odeio ficar em cima do muro. Sou tão sincero quanto posso ser. Às vezes sou sincero demais, quanto ao que eu penso, mas se é pra pecar, que seja dizendo a verdade.

Faço tudo isso, não porque devo satisfações aos outros, nem porque penso que devo me adequar aos gostos de todo o mundo. Pelo contrário, gosto de preservar minhas peculiaridades. Só tento demonstrá-las de modo que não ofenda ninguém. Posso pensar diferente da maioria, mas isto não quer dizer que não deva gostar de quem não pensa o mesmo que eu. Com certeza faço isso para ser aceito, mas do jeito que sou, sem ter de mudar, apesar de que, quando mudei alguma opinião, não vi problema em fazer algumas alterações em mim mesmo.

Mas tenho uma falha que carrego desde que me conheço por gente. Esta falha já foi melhorada em alguns pontos, e piorada em outros. Uma falha que já teve mutações, mas não são tão frequentes, e ela nunca foi solvida totalmente. É uma falha sobre a qual eu concordo ter, e se conseguisse resolver com mágica, o faria. Já tentei pelo método humano e falhei, diversas vezes. A inércia já me fez desistir várias vezes, como neste momento. Vivo bem, apesar dela. Mas viveria melhor se não a tivesse.

Tendo consciência disso tudo, acho difícil que pensem que não melhoro neste sentido porque não quero. Se fosse por simples teimosia, seriam ignorância e burrice tamanhas. Mas não é. Não sei por quê, aliás. Não digo que um dia não vá mudar isso também. Mas pode ser que não, e tenho medo das consequências.

Não é nenhum crime. É apenas uma esquisitice meio extravagante. Não é nem tão polêmico, inicialmente. Se torna mais com a convivência. Mas para quem só ouve falar, é até ridículo, uma bobagem. Mas não é.

Gostaria de ser perdoado por tal falha. Gostaria de ser aceito, apesar dela. Não que a falha tenha de ser aceita passivamente, podem até nunca parar de tentar me persuadir a corrigi-la. Mas que, se houver desistência de tal missão, que não haja desistência quanto a mim. Que não se desista de mim.

Até porque não deveria ser um problema tão grande assim...

Comentários

Vini Manfio disse…
eu não aceito essas tuas frescuras
seu idiota
que não come xis
que não come carne
que não come nada que não seja feijão com arroz
e olha lá

fresco

e ainda assim, toma coca cola
nanananana
que decepção

quer se fazer de diferente, TONGO

=D

UAHUAHUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHUAHAUHUAHUAHUAHUAHAUHUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHA
Miguel Scapin disse…
Falhas, ora meu amigo, uma falha é só parte do ser racional, que busca as soluções, mesmo quando não existem os problemas. Se acredita numa falha é pelo fato que deseja ser melhor, como escreve nesse texto. Muito bom. Continue nessa busca...

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