E tudo por causa de um ônibus que passou na rua...

Voltando pra casa, por volta das seis da tarde, eu atravesso a rua, e vejo que atrás de mim, depois de eu já ter curzado a rua, vinha um õnibus. Perfeitamente normal. Mas isso fez com que eu eu imaginasse que o ônibuz me atropelava. Então eu pensei, "Se fosse assim, pelo menso eu estava com meus amigos nos últimos momentos". Mas aí eu pensei em outros amigos que não estavam juntos, na minha família (em primeiro lugar) e em muitos sonhos que eu não havia realizado e que eu não me conformaria de chegar ao término da vida sem ter tido oportunidade de realizar. E comecei a pensar no quão inconveniente pode ser uma morte inesperada, porque morrer é uma fatalidade que pode acontecer a qualquer momento, visto que somos mortais e ninguém está livre desta condição. E uma partida para a outra vida deste modo seria inconveniente por não dar oportunidade de pelo menos contar todos os nossos segredos e sentimentos, que não terão mais sentido de serem guardados.

Diante deste fato de não haver escapatória, muitas vezes pensamos: "Então por que nascemos, qual é o sentido da vida? Nascer, fazer amigos, criar laços, amar pessoas, trabalhar feito um louco pra sustentar uma família e pra ter sucesso e ser um alguém na vida, alguém respeitado...Tudo isso pra depois tudo se perder com a morte, como se nunca tivesse existido, simplesmente passou e seu ciclo na Terra terminou". Olhando por esse lado, parece injustiça. Mas preste bem atenção. Se todas as coisas boas que você faz durassem eternamente e não houvessem sofrimento, tudo teria graça? Acho que as coisas nem seriam felizes se houvesse a garantia de que duraria pra sempre...pessoas que passam pela nossa vida deixam saudade, deixam marcas, deixam lembranças, boas ou más, mas tudo tem o seu papel e um significado, nada na vida é em vão. "Nem uma folha que cai de uma árvore no outono o faz sem a permissão de Deus". Na verdade, a morte não é nem o fim de tudo, é apenas uma transição, um novo começo de tudo, na minha crença.

Tudo o que passamos na nossa vida terrena deve ser vivido com intensidade e de um modo correto. Tudo isso irá terminar para que comecemos uma outra vida diferente desta, sem nossas necessidades carnais. E é bom que termine, por incrível que pareça. A não ser que você queira, depois de se tornar velho, doente, sem forças para caminhar e talvez ter feito tudo o que podia por aqui, continuar sentindo dor e sofrimento aqui mesmo, pois não haverão mais desejos ou algo que o incentive a querer viver mais.

Transcreverei agora um trecho do livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, que fala algo sobre isso:

"De que vale a eternidade? Um orgasmo dura poucos segundos. A vida dura poucos segundos. A história se fará com ou sem a sua presença. A morte é a penas um grande sonho sem despertador para interromper. Não sentirá dor, medo, solidão. Não sentirá nada, o que é ótimo. O sol continuará nascendo. A terra fertilizará com o seu corpo. Suas fotografias amarelarão nos álbuns de família..."

Por isso, viva com intensidade sua vida, e procure ser feliz e achar a felicidade em tudo no seu dia. Cada segundo pode ser o último, então aproveite o melhor dele. Ame. Não cultive os sentimentos ruins que porventure se apoderam do seu coração por um momento, afeste-os e cultive os bons. E ame, mais uma vez pois é o principal.

Comentários

Miguel Scapin disse…
são algumas coisas que dentro de um comparativo se enquadram em "pequenas" que nos mostram quão grandes são as pessoas que amamos e o quanto que representamos para elas
GrazieWecker disse…
texto muito bem escrito...

o negócio é mesmo viver de acordo com o Sentido da vida... Saber que a morte chegará um dia, e viver de maneira que quando ela chegar os que ficarem sintam saudades..

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