Crônica Vs. Ficção

Novamente uma sexta-feira, e novamente eu aqui, depois de mais um hiato de uma semana sem nenhum escrito. Tá se tornando rotina. Não que isso seja ruim, foi só uma observação. mas também não importa.

Mas eu constatei que ser cronista tem uma dificuldade. Depende de um fato que chame a atenção. Precisa-se de um objeto inspirador, e depende também da vontade de falar sobre aquilo. Porque nem todos os pensamentos sobre tudo podem ser contados em blogs. Me dei conta que um cronista usa sua criatividade pra expressar seus sentimentos com relação a determinado assunto, abstrato ou não. Tem o dom de se expressar, de exteriorizar suas sensações, de expôr o que pensa. E também de transformar uma realidade talvez desinteressante em uma crônica comovente, apenas por dar à essa realidade uma carga emocional maior do que ela apresenta aos olhos dos transeuntes que passam e não percebem nenhuma beleza nela.

O problema é que, apegados que somos (nós, cronistas) a acontecimentos, ou mesmo pensamentos loucos inspirados, temos que estar atentos para qualquer momento sermos visionários e dizer-mos: "HA, isso vai dar um bom texto". E nem sempre isso acontece.

Nesses momentos de falta de assunto de que falar, penso nos ficcionistas. Eles e suas habilidades de inventar algo, quem sabe do nada, e de dar continuidade a isso, de descrever detalhadamente cenários e acontecimentos. E a liberdade que os mesmos têm para se jogar e simplesmente voar e imaginar e sonhar. Sem nenhuma corda amarrando seus pés a pedra alguma que os segure no chão das suas mentes. E como vagueiam por aí, os ficcionistas.

Não que eu não viaje às vezes, ou que eu não imagine. Mas meu modo mais objetivo de escrever me prende a poucos parágrafos. E meus assuntos provindos de uma sensação, uma imagem, um sentimento, ou um acontecimento que me fazem não tentar inventar.

Mas um dia eu me libertarei.